sábado, 25 de dezembro de 2010

Salvação - parte 1 -

- Fogo! - gritou, a voz tentando se fazer ouvir em meio a todo aquele barulho. O braço sangrava, um corte profundo rasgava a pele do ombro até o cotovelo, sujando a camisa branca de vermelho. Gritava ordens a torto e a direito, correndo até a cabine do capitão, fechando a porta rapidamente.
- Señora? 
- Estou aqui, Garcia. 
- Tenho ordens para leva-lá à terra, señora. Aqui é perigoso demais. O capitão disse que--
- Pois diga ao seu capitão que eu não vou a lugar nenhum sem ele!
- Díos mio, señora! A señora não pode ficar aqui! Kirkland veio pessoalmente lutar contra o capitão! É perigoso! 
- Eu sei que é! Mas não vou me separar dele de novo, entendeu? Só saio daqui amarrada!
O jovem Garcia deu um longo suspiro, o braço queimando como o inferno. Deu as costas para a garota e saiu da cabine, indo chamar o capitão. Ninguém mais naquele navio era capaz de convencer ela a desembarcar. Puxou a espada, lutando contra alguns ingleses que conseguiram invadir o convés. Encontrou o maior lutando contra dois ao mesmo tempo. Entrou no meio da briga, livrando-se dos ingleses, virando-se para o espanhol.
- Señor, ela não quer desembarcar!
- O que? Ela ficou maluca? Estamos em guerra! - o moreno franze as sobrancelhas, soltando um suspiro cansado. Onde ela esta?
- Na sua cabine, capitão. Disse que não saia de lá nem amarrada.
- Bueno. Me arrume uma corda então!
- S-Señor?
- Anda, Garcia! Não temos o dia todo! Arthur vai chegar aqui a qualquer momento!
Um tiro de canhão explodiu perto dos dois. Estilhaços de madeira voaram por todos os lados, ferindo boa parte da tripulação espanhola. Antonio se levantou com dificuldade, sentindo algo pegajoso escorrer pelo seu rosto. Ótimo. Estou sangrando. Embainhou a espada, correndo o máximo possível para a cabine onde estava a garota, pegando um pedaço de corda no caminho. Entrou e fechou a porta, apoiando na mesma, arfante. 
A garota arregalou levemente os olhos. Ele estava completamente imundo. Correu até o maior, os olhos cheios d'água, passando as mãos delicadas pelo rosto e pescoço do espanhol.
- Spagna... Você esta ferido! Sente-se, vou fazer um cur--
- Não temos tempo pra isso! Escuta, já preparei um bote pra você. Tem uma ilha aqui perto, meu território. Você estará segura lá.
- Mas, Antonio!
- Sem "mas", cariño. - da um largo sorriso para a menor, mostrando a corda para a outra. Garcia comentou que você sairia daqui só amarrada. Se for preciso te amarro mesmo.
- Pois então que me amarre! Não vou sair do seu lado e-- O QUE VOCÊ ESTA FAZENDO? 
- Te salvando desse inferno, oras! - passa a grossa corda em volta dos braços e cintura da garota, amarrando-a firme, sem machucar. Pega ela no colo e joga por cima do ombro, abrindo a porta da cabine, caminhando rapidamente até o bote que havia preparado para a menor. Acredite, mi amor. É melhor assim. Arthur logo vai estar aqui. Não quero arriscar te perder de novo.
- ME SOLTA, ANTONIO! - a menina se remexia, inquieta, tentando a todo custo se soltar. EU JURO QUE TE MATO ASSIM QUE ME LIVRAR DISSO!
- Fusosososo~! Eu amarrei bem. Duvido que vá conseguir sair dessa sem ajuda. Ramon vai com você até a ilha. Certo, Ramon?
- Sí, señor. Vou protege-la com a minha vida!
- Viu, cariño? No precisa se preocupar.
- Mas e você, Tonho? O que vai acontecer com você? - Quase chorava, assustada com a ideia de perde-lo novamente.
- Comigo? Oras! Vou mostrar pra esse pirralho inglês quem manda! Ahahaha!
Com um aceno, o capitão deu a permissão para o jovem pirata descer o bote e navegar para terra firme. 
A cada remada do outro o coração da garota batia mais forte. Não sabia o que aconteceria se o espanhol morresse. Seria como... Perder completamente o rumo. Gritava o nome do maior, ainda tentando se livrar das cordas, só parando ao sentir um tiro passar zunindo do lado do seu ouvido. Encolheu as pernas, sentando-se no chão do bote, chorando baixinho. 
Após meia hora no pequeno barco, chegaram ao porto, onde foram recebidos por uma senhora de idade, extremamente sorridente. 
- Bem vinda, señora... Venha. Tome um bom banho e coma alguma coisa. - solta as cordas da garota sem nem perguntar o porque daquilo tudo, abraçando a mais nova pela cintura, levando-a até uma pequena casinha perto da praia. - Meu nome é Consuelo. Pode pedir o que quiser, estou aqui pra ajudar. - da um sorriso pequeno, enquanto mostrava a casa para a outra.


E assim, dois dias se passaram...


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Primeira parte da fic da Nanda, feita. 8D
Amanhã continuo ela... Eu acho q
Ou começo a da Duda q
Enfim, é só isso mesmo~ 








Câmbio e desligo.

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